O Jardim Botânico Neotropicum, em fase final de concepção e inicial de implantação
foi fundado em 1998 pelo botânico Bruno Rezende Silva em sua propriedade, registrada na Prefeitura Municipal de Niterói sob
número 081.357-6. Desde a fundação, Bruno Rezende Silva assumiu os cargos de Diretor executivo do projeto e Curador das coleções
vivas. O Jardim Botânico Neotropicum está localizado na Serra da Tiririca, um importante remanescente de Mata Atlântica nos
Municípios de Niterói e Maricá, Estado do Rio de Janeiro. A distância até a cidade do Rio de Janeiro é de aproximadamente
30 km. O endereco é: Jardim Botânico Neotropicum, Rua Dr. José Pereira Mouco, lote 52, Várzea das Moças, Niterói, RJ. CEP:
24330-300. O site do J.B.N. na internet pode ser acessado pelo endereço: https://brunorezende.tripod.com/NeotropicumBotanicalGardens O Jardim Botânico Neotropicum tem como objetivos contribuir para a conservacão da flora tropical, gerando e
difundindo conhecimento sobre a mesma, com ênfase na Mata Atlântica e demais
ecossistemas Neotropicais. O JBN é uma instituição sem fins lucrativos e atinge os objetivos
acima citados realizando: ·
Conservação ex-situ,
ou seja, em cultivo, através do estabelecimento, manutenção e desenvolvimento de
uma coleção viva bem documentada de espécies vegetais. ·
Pesquisa científica
através de laboratório, biblioteca e alojamento para cientistas e estudantes. ·
Difusão do conhecimento
ecológico e botânico, pelos passeios informais, além de cursos e palestras apresentados na sala de aula ou entre a colecão
viva. O Jardim Botânico Neotropicum é um membro da rede mundial de jardins botânicos
(Fig. 2), centrada e administrada pela “Botanic Gardens Conservation International”, localizada em Kew, Inglaterra.
Esta instituição tem como uma de suas principais metas a criação de novos jardins Botânicos, especialmente em áreas ameaçadas
de alta biodiversidade (hotspots), tais como a Mata Atlântica. Maiores informações a respeito desta instituição podem ser
obtidas pelo site: http://www.bgci.org.uk/ O J.B.N. trabalha em parceria com as ONGs ambientalistas “Protetores
da Floresta” e “Conhecer para conservar”. A primeira conseguiu a implantação efetiva do Parque Estadual
da Serra da Tiririca através de uma ação civil pública, entre diversos projetos ambientais desenvolvidos. A Segunda foi fundada
por alunos de Biologia da UFRJ e já desenvolveu diversos projetos ambientais de sucesso, tais como a recuperação dos manguezais
de parte da Ilha do Fundão. O J.B.N. poderá também se tornar o Jardim Botânico oficial do Parque Estadual da Serra da Tiririca.
As pesquisas botânicas são feitas em associação com o Instituto de
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Departamento de Botânica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Herbarium
Bradeanum e o Jardim Botânico Marie Selby. Desde a sua fundação, em 1998,
procurou-se planejar financeiramente o JBN como uma instituição sem fins lucrativos
e auto-sustentável, podendo entretanto pleitear financiamento público ou privado, dentro ou fora do Brasil. Durante estes anos vem sendo implantados sistemas produtivos sustentáveis apoiados em técnicas alternativas
de cultivo e de gerenciamento de todos os materiais utilizados no sítio, como a utilização de técnicas de permacultura.
Soma das palavras agricultura e permanente,
a Permacultura é a mais recente filosofia de agricultura alternativa. Foi formulada pelo biólogo, naturalista e professor
australiano Bill Mollison no livro “Permaculture One” (Mollison, 1978). Esta técnica propõe a criação de sistemas
integrados e autosustentáveis que produzam todos os materiais para suas necessidades e reciclem seu lixo. A proposta abrange
arquitetura, jardinagem, agricultura, ecologia e técnicas de gerenciamento. O permacultor procura manter a diversidade de
espécies dos ecossistemas em que trabalha, respeitando as distâncias naturais entre uma e outra planta e intercalando árvores
frutíferas e para corte de madeira, verduras, legumes e outras. Neste contexto, procura-se utilizar fontes alternativas de
energia (Neiva, 1987), reduzindo a poluição ambiental e os custos operacionais da instituição. As seguintes atividades seguem tal
planejamento e foram implantadas para garantir o bom funcionamento do sistema produtivo sustentável do JBN: ·
Plantação de coqueiros e outras palmeiras de forma a fornecer fibras para plantio e gerar receita pela
venda de frutos e fibras. Nesta mesma linha, os estipes das palmáceas fornecem suporte para epífitas da coleção viva, suas
frondosas folhas, a sombra necessária à sobrevivência. ·
Reciclagem de todo o lixo orgânico gerado através de composteiras logísticamente distribuídas pelas coleções
vivas, produzindo húmus de minhoca, o qual é utilizado para adubar a coleção viva, sendo o excedente ensacado e vendido. Serpentinas
de aquecimento de água colocadas dentro das composteiras produzem água quente, economizando energia. ·
Produção de camisetas, postais e posteres com o logotipo do JBN ou fotos de plantas da coleção viva,
gerando receita e divulgando a instituição. ·
Realizaçäo de reuniões, eventos e festas com a finalidade de gerar receita para o JBN e concomitantemente
divulgar a conscientização ecológica e a instituição através de “folders”. §
Uma rua foi construída para permitir o acesso
à casa de visitantes. §
Um lago de aproximadamente 400 m2 foi construído
represando-se um riacho com uma barragem de terra sobre a qual passa a estrada. §
A energia elétrica foi instalada. §
O jardim já conta com uma coleção de 1020 espécies
vivas, todas numeradas e registradas em um banco de dados informatizado. §
Já foram produzidas cerca de 1000 mudas de
árvores nativas da Mata Atlântica para serem usadas em projetos de reflorestamento, dentro do próprio Jardim Botânico e em outras áreas ambientalmente degradadas. Não basta parar a destruição das Florestas Tropicais em geral e da
Mata Atlântica em particular, também é fundamental tentar recuperar o máximo do que já foi perdido através do reflorestamento.
É exatamente neste ponto que devem agir os Jardins, possuindo em suas bem registradas coleções o maoir número possível de
espécies, as quais podem ser reproduzidas e reintroduzidas em áreas devastadas. O estabelecimento e manutenção de coleções
de plantas vivas aumenta consideravelmente as chances de conservação ex-situ de tais espécies (conservação fora do ambiente
natural, ou seja, em cultivo), já que seus habitat naturais estão rapidamente desaparecendo. Sendo o objetivo realmente salvar
tais espécies da extinção, uma abordagem sistemática e integrada deve ser seguida (Heywood, 1991): 1. A coleta na natureza de diferentes espécimes de cada espécie para cultivo
registrado, preferencialmente de diferentes áreas dentro da distribuição geográfica da espécie, de forma a obter uma amostra
geneticamente representativa. 2. A construção de um banco de dados informazado com cópia manuscrita para
o registro de espécies em cultivo contendo a seguinte informação: § Número de cultivo para ser afixado ao espécime cultivado. Tal número
possui a acronímia “JBN” seguida de um número sequencial, sendo pintado na borda do vaso de concreto ou afixado
ao suporte, caso a planta seja epífita. § Nome científico da espécie. § Determinador do nome científico e confiabilidade na determinação naquela data. § Local exato e altitude da coleta, preferencialmente marcados com um G.P.S.. § Nomes de todos os coletores envolvidos e seus respectivos números de coleta. § Tipo de habitat onde foi coletada. § Períodos de florescimento na natureza e em cultivo. § Excicatas desta coleta em particular depositadas em herbários. As excicatas de plantas floridas
em cultivo no JBN são depositadas no Herbário do Instituto de Pesquisas Jardin Botânico do Rio de Janeiro (RB), sendo em alguns
casos, duplicatas depositadas nos herbários R, HB, CEPEC e SEL. 3. O intercâmbio dos bancos de dados de espécies entre
os jardins botânicos, assim como espécimes vivos, sementes e material reprodutivo (polen), sempre de acordo com as diretrizes
da Convenção de biodiversidade, no que tange acesso a recurso genético e compartilhamento de benefícios. 4. A coleta de sementes na natureza e sua estocagem em condições de dessecação e refrigeração,
contribuindo para o banco de sementes do Laboratório de Sementes do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 5. Pesquisas em relação à germinação de sementes e à biologia reprodutiva das espécies,
também realizado no Laboratório de Sementes do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 6. Pesquisa em relação aos requerimentos horticulturais das espécies, experimentando
diversos tipos de substratos, regimes de luz e adubacão. 7. Propagação e multiplicação vegetativos, aumentando a swegurança em relação à sobrevivência
daquele determinado clone. 8. Cultivo de material in-vitro, também realizado no Laboratório de Sementes do Instituto
de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 9. Acumulação de espécimes para reintrodução em áreas degradadas, possível devido ao
sistema de cultivo oferecendo amplo espaço para a reprodução clonal do espécime. 10. tentativas e experimentos de reintrodução. 11. Monitoramento dos experimentos de reintrodução. BURLE-MARX, R. 1974. Heliconiae Novae Brasiliensis II. Bradea 1 (38):
379-382. DAHLGREN, R.M.T. et al. 1985. The Families of the Monocotiledons. Berlin,
Springer-Verlag, 519p. GUEDES -BRUNI, R. R. & LIMA, M. P. M. 1996. Abordagem
geográfica, fitofisionômica, florística e taxonômica da Reserva Ecológica de Macaé de Cima. In: Lima, M. P. M. & Guedes-
Bruni, R. R. (rgs.). Reserva ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ. Aspectos florísticos das espécies vasculares.
vol. 1. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. p. 17-54. MARQUES, M. C. M. (org.) 1997. Mapeamento da cobertura vegetal e listagem
das espécies ocorrentes na -rea de Proteção Ambiental do Cairuçú, município de Parati, RJ. Instituto de Pesquisas do Jardim
Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Série estudos e contribuições, número 13, 96p. MELLO FILHO, L. E. 1975. O gênero Heliconia na Flora Fluminensis de
Frei Mariano da Conceição Vellozo. Rev. Bras. Biol. 35 (2): 312-337. __________________ 1976. Heliconiae Novae Brasiliensis III. Bradea
2 (15): 91- 94. MELLO FILHO, L. E. & SANTOS, E. 1976. Heliconiae
Novae Brasiliensis IV. Bradea 2 (16): 95-104. _______________________________ 1977a. Novas considerações sobre o
gênero Heliconia L. na flora Fluminense: comentários à margem da edição de J. M. Da Conceição Vellozo-Plantas Fluminenses.
Bradea 2 (23): 159-164. _______________________________ 1977b. Heliconiae Novae Brasiliensis
V. Boletim do Museu Nacional num. 43: 1-8. _______________________________ 1981. Heliconiae Novae Brasiliensis
VI. Boletim do Museu Nacional num. 60: 1-11. ________________________________ 1983. Heliconiae Novae Brasiliensis
VII. Bradea 3 (41): 370-372. ________________________________ 1987. Heliconiae Novae Brasiliensis
VIII. Bradea 4 (44): 350-357. HEYWOOD, V. H. 1991. Developing a strategy for Germplasm Conservation
in Botanic Gardens. P. 11-23 , in: Tropical Botanic Gardens. Their Role in Conservation and and Development. (HEYWOOD, V.
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s.l.) Espontâneas na região fluminense. Rodriguésia 30 (45): 99-221. |
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